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Viaje na História: Museu Andes 1972 - Desastre e canibalismo nos Andes!


O museu Andes 1972 está localizado na cidade de Montevidéu, e guarda parte da história de dezesseis sobreviventes de um acidente aéreo na Cordilheira dos Andes. Ele está localizado na calle Rincon 619, próximo a plaza Constitución, a entrada custa 200 pesos uruguaios, com a cotação em 2016, aproximadamente R$23,00. Passando pela bilheteria o proprietário convida o visitante a assistir um vídeo contando sobre o acidente para só depois conhecer o local. O espaço é pequeno porém suficiente para os artigos em exposição.


Quando surgiu a ideia de ir a Montevidéu, comecei a buscar informações de lugares para conhecer e me deparei com este museu, embora conhecesse sobre o ocorrido nos Andes, nunca havia pesquisado a fundo, mas como um fanático por história que sou, comecei a estudar sobre o assunto e descobri algo fantástico, ainda que seja triste, é uma incrível história de sobrevivência, de quebra de conceitos e uma prova da capacidade do homem de superar desafios e lutar pela vida.

Confira um pouco da história!


No dia 12 de outubro de 1972 um time de rugby de Montevidéu freta um avião das forças armadas uruguaia com 45 passageiros, entre jogadores, familiares e tripulação com destino a cidade de Santiago no Chile para um jogo amistoso.


Devido ao mau tempo os pilotos do avião decidem fazer uma escala de uma noite na cidade de Mendoza na Argentina. O avião, um turbo-helice Fairchild FH-7827 D, não tinha capacidade de sobrevoar a cordilheira a alturas muito elevada, então foram obrigados a fazer um voo paralelo a cordilheira até um ponto ao qual seria possível o sobrevoo, atravessando por este ponto encontrariam do outro lado da cordilheira a cidade de Curicó, ao sul de Santiago.


No dia 13 de outubro o avião então parte de Mendoza, voa no sentido sul, margeando a cordilheira e adentra os limites da cordilheira com destino a Curicó. O piloto, devido à má visibilidade é obrigado a conduzir o avião estimando o tempo de sobrevoo da cordilheira, porém, devido a um erro nos cálculos, ainda no meio da cordilheira a torre de controle chilena é avisada que o voo 571 estaria sobre a cidade de Curicó, neste ponto o piloto ciente que estava fora das montanhas faz uma manobra a direita e logo em seguida entra em uma forte turbulência e se choca com as montanhas. Com impacto a calda do avião se parte junto com as asas, e a fuselagem desliza encosta a baixo até parar em uma área coberta de neve, nesse primeiro momento 12 pessoas morrem, incluindo o piloto, outras 6 morreram nos dias seguintes, os 27 que restaram tinham pouca comida, incluindo alguns chocolates e vinho.


A necessidade de comida e água era grande e os dias se passavam, os sobreviventes desenvolveram com partes metálicas da aeronave, uma forma de derreter a neve para obterem água, conseguiram um rádio ao qual tinham informações de fora da montanha e através desse souberam no oitavo dia que as buscas haviam se encerrado, e a partir daí começaram a buscar todas as formas de se manterem vivos, porém a comida estava se esgotando, em certo dia um dos sobreviventes levantou a hipótese de comerem a carne dos amigos falecidos.


A ideia a princípio deixou todos chocados, porém aos poucos cada um foi percebendo a inevitável situação e por fim surgiu a “Sociedade da neve”, um acordo entre os sobreviventes, onde aquele que morresse primeiro concordava em ceder seu corpo de alimento aos amigos, até que o último deles conseguisse sair dali.


Todos passavam seus dias ao redor da fuselagem e dormiam dentro dela, mas uma noite um estrondo é ouvido e em seguida uma avalanche invade a fuselagem e a encobre, mais oito pessoas morrem. Os que sobrevivem organizam uma expedição pela cordilheira a fim de chegar ao Chile e trazer ajuda nesse período mais 3 pessoas vão a óbito. Nando Parrado, Roberto Canessa e Antonio Vizintin são designado a cumprir a expedição e partem no dia 12 de dezembro de 1972, três dias depois Vizintin retorna a aeronave e Parrado e Canessa seguem caminhando e escalando as montanhas em meio a neve até conseguirem sair das montanhas nevadas e encontrar Sergio Catalán, as margens de um rio e pedir ajuda, dez dias depois de partirem do local do acidente.

Setenta e dois dias se passaram até que o último sobrevivente foi resgatado, ao todo dezesseis pessoas saíram vivas das montanhas, e depois de tudo que viveram, um novo problema os encarava. Estampado na capa de todos os jornais, um único tema atraia a atenção do mundo, “Canibalismo nos Andes”.

O vídeo mostrado no início da visita ao museu apresenta essa história de uma forma bem mais poética, mostrando partes do ocorrido e mostrando os sobreviventes voltando ao local do acidente. Partes do avião encontram-se em exposição, assim como o rádio usado para conseguirem informações de fora da montanha e peças de roupas improvisadas com material retirado da aeronave. Pra quem gosta de história ou se interessar pelo assunto aconselho assistir o documentário da History Channel (Estou Vivo! Milagre nos andes) antes de conhecer o museu, pois assim é possível ter uma visão mais real do ocorrido e poder correlacionar a história e os artefatos em exposição.

Fontes:


Documentários:

History Channel: Estou vivo! Milagre nos Andes (indispensável assistir)


Filmes:

Vivos (Alive 1993) com direção de Frank Marshall


Livros:

Milagre nos Andes - de Nando Parrado (um dos sobreviventes)

A sociedade da neve - de Pablo Vierci

I Had to Survive: How a Plane Crash in the Andes Inspired My Calling to Save Lives - de Roberto Canessa (um dos sobreviventes)


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